sábado, 23 de outubro de 2010

Doze pratos



Um príncipe chinês orgulhava-se de sua coleção de porcelana, de rara quão antiga procedência, constituída por doze pratos assinalados por grande beleza artística e decorativa. Certo dia, o seu zelador, em momento infeliz deixou que se quebrasse uma das peças. Tomando conhecimento do desastre e possuído pela fúria o príncipe condenou à morte o dedicado servidor, que fora vítima de uma circunstância fortuita. A notícia tomou conta do império, e às vésperas da execução do desafortunado servidor, apresentou-se um sábio bastante idoso, que se comprometeu a devolver a ordem à coleção, se o servo fosse perdoado. Emocionado, o príncipe reuniu sua corte e aceitou a oferenda do venerando ancião. Este solicitou que fossem colocados todos os pratos restantes sobre uma toalha de linho, bordada cuidadosamente, e os pedaços da preciosa porcelana fossem espalhados em volta do móvel. Atendido na sua solicitação, o sábio acercou-se da mesa e, num gesto inesperado, puxou a toalha com as porcelanas preciosas, atirando-as bruscamente sobre o piso de mármore e arrebentando-as todas. Ante o estupor que tomou conta do soberano e de sua corte, muito sereno, ele disse: - Aí estão, senhor, todos iguais conforme prometi. Agora podeis mandar matar-me. Desde que essas porcelanas valem mais do que as vidas, e considerando-se que sou idoso e já vivi além do que deveria, sacrifico-me em benefício dos que irão morrer no futuro. Quando cada uma dessas peças for quebrada. Assim, com a minha existência, pretendo salvar doze vidas, já que elas, diante desses objetos nada valem. Passado o choque, o príncipe, comovido, libertou o velho e o servo, compreendendo que nada há mais precioso do que a vida em si mesma.



Quantas vezes, deixamos o nervosismo do momento tomar lugar nas nossas vidas e duras palavras ferem a quem amamos! Quantas coisas colocamos na frente do amor, do respeito, da compreensão que deveríamos ter? Que durante esta semana, tenhamos tempo para meditar se não estamos matando por um prato quebrado...



(Autor Desconhecido


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Mudanças internas

Antes eu esperava ter amor por mim mesma para depois dá-lo a outrem. Tenho observado que, dando o amor que não tenho, surpreendo-me plena do amor que me falta.

Antes eu esperava possuir bens (materiais, culturais, espirituais) para reparti-los com meu próximo. Tenho percebido que o pouco que reparto com generosidade, me enquadra dentro de uma lei universal - é dando que se recebe.

Antes eu esperava estar centrada e bem resolvida para exercer o otimismo e distribuir palavras de esperança e fé. Tenho verificado que quando eu o faço, ainda que dentro de mim haja uma tempestade, o meu inconsciente registra e grava estas impressões e, sem que eu perceba, minha harmonia interior é reconquistada.

Antes eu esperava passar o furor da mágoa e do ressentimento para perdoar. Tenho notado que repetindo diversas vezes a palavra Perdão, ainda que sem muita convicção, os sentimentos de mágoa e ressentimento perdem completamente a força e minha alma sente-se abrandada.

Antes, se adoentada, eu esperava a saúde voltar para botar as mãos na massa. Tenho constatado que, mesmo dentro de algumas limitações físicas, há algo que se pode fazer. Por pouco que seja, devolve-me a abençoada sensação de ser útil, tocando o instrumento que me compete na grande sinfonia da vida e isto é metade da cura, senão toda ela.

Antes eu esperava estar feliz para distribuir sorrisos. Descobri que sorrindo, mesmo com uma lágrima pendurada no canto do olho, nos sorrisos que recebo de volta, eu encontro forças para enxugar as minhas próprias lágrimas.

Antes eu esperava receber um benefício para agradecer. Hoje eu agradeço por antecipação, agradeço tudo: as pessoas, a família, o trabalho, as circunstâncias. Agradeço até mesmo os revezes e os ventos contrários e descubro que só assim, eu mantenho abertos os canais por onde fluem o infinito amor de Deus e as bênçãos universais.

(Fátima Irene Pinto)